terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Chance de ser professor na UnB

Chance de ser professor na UnB

Com salários de até R$ 18.895,71, Universidade de Brasília seleciona docentes para diversas áreas. Os interessados podem passar por prova escrita, de títulos, oral e didática


A médica Cássia estuda oito horas por semana para se tornar professora

A Universidade de Brasília (UnB) está com inscrições abertas para o preenchimento de 12 vagas de professor nas categorias substituto, doutor e titular livre classe E. As taxas de inscrição e os pré-requisitos variam de acordo com cada edital, que pode ser seleção simplificada ou concurso público. Os salários vão de R$ 2.768,02 a R$ 18.895,71. O processo seletivo para depende da colocação desejada. Na modalidade substituto, são cobradas avaliações de títulos (acadêmicos e de atividades ligadas ao ensino), didática (em que o interessado deve dar aula sobre um assunto determinado pela banca) e oral (defesa de um tema dentro de sua área). No caso de professor doutor, é exigida apenas uma prova de títulos. Para docente titular livre classe E, os candidatos passam por exames escrito, oral e defesa de memorial.

As oportunidades são para o Instituto de Ciências Biológicas (fitopatologia), o Instituto de Geociências (geologia e subáreas mineralogia, petrologia, geologia regional e/ou metalogenia), o Departamento de Engenharia Florestal da Faculdade de Tecnologia (política e legislação florestal), o Departamento de Teoria e Fundamentos da Faculdade de Educação (educação especial e inclusiva), o Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Faculdade de Tecnologia (engenharia civil e ambiental), o Instituto de Ciências Humanas (filosofia geral e geografia), a Faculdade de Medicina (pediatria), o Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais no câmpus Planaltina (ciências exatas), o Instituto de Letras (literatura japonesa), a Faculdade de Ciências da Saúde (análises clínicas) e a Faculdade de Ceilândia (neurociência).

Dicas de estudo
Professora do Departamento de Ciências, Educação e Saúde do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Polyanne Aparecida Alves Moita passou pela experiência de lecionar como substituta na UnB, durante o ano de 2013, no Departamento de Enfermagem. “Na minha época, havia dois ou três substitutos no departamento. É comum o titular sair de licença para um doutorado ou pós-doutorado e alguém cobrir”, afirma. Aos candidatos a um dos cargos da UnB, Polyanne recomenda a leitura cuidadosa do edital. “O mais importante é estar por dentro da área de conhecimento pretendida para ter êxito no exame”, destaca Polyanne, que passou por entrevista com a coordenação do departamento de enfermagem, prova escrita e avaliação de títulos. “Na época, eu não renovei meu contrato, pois tinha outros planos e iniciei meu doutorado em enfermagem”, recorda a enfermeira, especialista em processo de enfermagem e mestre em gestão em saúde. “Ainda assim, a vivência foi muito rica, pois tive a oportunidade de acompanhar estágios em hospital e posto de saúde, e isso tudo enriqueceu minha bagagem profissional”, conclui. Na opinião de Pollyane, a etapa mais complicada da seleção foi a apresentação oral, na qual teve de defender um tema. “Foi a parte mais difícil, é bom ter planos a, b e c. Caso algo dê errado, estar preparado é indispensável.”

Ricardo Luiz Melo Martins, coordenador do curso de medicina da UnB, explica que, para se dar bem no concurso, é importante que o candidato leia os editais. “É preciso verificar se o seu currículo atende às necessidades solicitadas e se você se sente em condições de apresentá-lo sem passar vergonha”, diz. Quando fez o concurso com o intuito de ser professor efetivo na UnB, ele passou por três exames: prova escrita, de títulos e didática, em que teve de dar aula a uma banca. Ricardo recomenda que o interessado na vaga busque pleno conhecimento na própria área de atuação. “As avaliações são difíceis, são testes exaustivos que exigem muita sabedoria do candidato, mas, estando bem preparado, o interessado consegue alcançar êxito.”

De substituto a efetivo
Professor de medicina da criança e do adolescente na UnB há quatro meses, Geraldo Magela Fernandes atuou como substituto de agosto de 2014 a julho de 2016 no Departamento de Pediatria. Graduado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com especialização em pediatria e subespecialização em neonatologia pelo Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Fernandes relembra que, no processo seletivo de 2014, teve que apresentar currículo e passar por uma entrevista com uma docente efetiva, sobre a própria experiência profissional, a disponibilidade de trabalho, o interesse pela área acadêmia e pesquisas de que tinha participado. Na opinião dele, esse primeiro contato com a carreira de docente foi importante, pois, assim, teve certeza da vocação para professor. “Foi uma experiência enriquecedora, porque sempre tenho que estar atualizado para trabalhar com jovens. Quando se lida com estudantes, é primordial estudar mais”, recorda.



Ainda em 2016, a Universidade de Brasília lançou edital para professor efetivo, e o então docente substituto viu a oportunidade de consolidar a atuação na universidade. Após passar por provas escrita, oral e didática, Fernandes foi efetivado em novembro do ano passado. Ele aconselha aos candidatos se manterem atualizados e observa que disciplina, dedicação, persistência e gostar de dar aulas são elementos essenciais para se tornar professor. O tema da prova didática é divulgado 24 horas antes da prova, por isso o candidato tem que estar pronto para qualquer um. “A minha estratégia foi estudar todos os tópicos e não deixar para estudar em cima da hora. Quando fui preparar a aula, tinha uma base, então, no dia restante, eu me aprimorei no tema, que eram distúrbios neurológicos do recém-nascido”, conta. Segundo o docente, mesmo quem não tem experiência em sala de aula pode se dar bem nessa etapa, já que, durante a faculdade, os alunos apresentam trabalhos.

Em busca de uma vaga
Cássia Valéria de Castro, 47 anos, pediatra no Hospital Universitário de Brasília (HUB) há três anos, viu no concurso para substituto para a Faculdade de Medicina uma oportunidade de seguir carreira como docente. A médica pediatra pela UFMG e mestre em ciências da saúde pela UnB trabalhou por 15 anos na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação e, nessa época, se via um pouco como docente. “Todo o tempo, eu tentava ensinar pais e mães sobre os problemas das crianças, por isso, pensei: por que não dar aulas?”, conta. No HUB, ela teve certeza de que queria ser professora, pois acompanhava residentes. “Com o tempo, comecei a entender o que faço de melhor dentro da profissão, que é ensinar”, garante. A médica estuda oito horas por semana de olho na prova e acredita que domina tudo o que foi listado no edital.

As diferenças entre os cargos
» Professor substituto: é contratado temporariamente, por até dois anos, para suprir vaga de um professor titular que precisou ser afastado. Formação necessária: depende do caso.
» Professor doutor: contratado mediante requisito básico de doutorado na área de atuação
» Professor titular livre classe E: docente fixo que deve ter experiência comprovada de, no mínimo, 10 anos na área.
  Formação necessária: doutorado.

O que diz o edital
Concurso de professor da
Universidade de Brasília (UnB)
Inscrições:  até 15 de março. Acesse os editais no site www.dgp.unb.
br/concursos (confira seleções com inscrições abertas na lista na página 7)
Taxas: de R$ 277,90 a R$ 277,96
Vagas: 12
Salário: de R$ 2.768,02, a
R$ 18.895,71.
Provas: variam de acordo com
cada edital
Local da prova: Brasília (DF)


* Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa

Fonte: Correio Braziliense

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