Aprenda aqui como se organizar para concretizá-las. A dica de especialistas para alcançar êxito profissional é investir não apenas nas habilidades técnicas, mas também nas comportamentais
Coordenadora de RH, Clara traçou metas para o ano-novo e espera alcançar o cargo de gerente
Sua carreira em 2017
O ano que se inicia hoje traz consigo um clima de renovação. Assim como na vida pessoal, no que diz respeito à carreira, esta é uma boa hora para traçar metas. No entanto, é comum que esse ânimo de promover mudanças míngue no decorrer dos meses. Para que, desta vez, seja diferente, é preciso mais do que intenções. “Boa parte das pessoas não consegue pôr metas em prática por falta de disciplina e propósito forte”, avalia Marcelo de Elias, especialista em mudanças e gestão estratégica e professor no Institute Business Education — Fundação Getulio Vargas (IBE-FGV). Pesquisa da consultoria TriadPS concluiu que 47% dos brasileiros não costumam acompanhar os planos traçados para um novo ano (saiba mais no gráfico Fechado para balanço). Definir propósitos, desenvolver competências e potencializar habilidades comportamentais são dicas para um 2017 de sucesso.
De acordo com Marcelo de Elias, para permanecer investindo energia e tempo em algo, é necessário buscar um motivo que vá ao encontro da essência da pessoa e do que ela considera importante. Administradora e pós-graduada em gestão de pessoas, Clara Moreira, 33, é exemplo de persistência para alcançar metas. Ela trabalha em uma empresa de automatização de portões, que recentemente foi adquirida por uma multinacional italiana. Sabendo dos desafios e enxergando as possibilidades de crescimento, a brasiliense tem buscado dar passos maiores. Clara quer ser gerente na área estratégica de RH. “Não me apego à nomenclatura do cargo: me importo com a realização profissional. Salário vai ser consequência”, salienta.
Consultor financeiro, Maurício quer faturar 30% a mais em 2017 e, para isso, investirá em cursos de aperfeiçoamentoDe acordo com Marcelo de Elias, para permanecer investindo energia e tempo em algo, é necessário buscar um motivo que vá ao encontro da essência da pessoa e do que ela considera importante. Administradora e pós-graduada em gestão de pessoas, Clara Moreira, 33, é exemplo de persistência para alcançar metas. Ela trabalha em uma empresa de automatização de portões, que recentemente foi adquirida por uma multinacional italiana. Sabendo dos desafios e enxergando as possibilidades de crescimento, a brasiliense tem buscado dar passos maiores. Clara quer ser gerente na área estratégica de RH. “Não me apego à nomenclatura do cargo: me importo com a realização profissional. Salário vai ser consequência”, salienta.
Para chegar lá, a moradora de Taguatinga Norte procura adquirir e aprimorar competências, como a gestão do tempo, traçando metas de curto, médio e longo prazos. Ela acredita que verbalizar o desejo de se aperfeiçoar — às pessoas certas — contribui para dar visibilidade à dedicação empenhada. “Cresço muito quando compartilho isso com os líderes, pois eles me auxiliam com a experiência deles”, ressalta.
Em vez de fazer planos apenas no fim do ano, Clara prefere planejamentos diários. “Acordo e organizo na minha cabeça as metas e o que tenho que fazer. Não restrinjo isso a janeiro”, conta. Mas, na passagem de um ano para o outro, ela costuma fazer uma retrospectiva, avaliando aspectos positivos e negativos referentes aos últimos 12 meses. Além da meta mais ampla, de ser promovida, ela tem outros objetivos a alcançar em 2017. “Preciso de inglês fluente para poder avançar (e dedico uma hora e meia ao estudo do idioma). Além disso, tenho projetos importantes que quero implementar dentro da empresa e quero ter a oportunidade de conhecer a matriz do grupo fora do Brasil”, completa.
Para chegar lá
“Tem mais gente que desiste do que gente que não consegue. Muitas vezes, a pessoa aceita mudar de emprego ou de área para fugir de um chefe ou devido a uma proposta de salário maior. No entanto, ir para um lugar que não é alinhado ao seu perfil pode torná-lo um funcionário medíocre”, observa Marcos Vono, especialista em recursos humanos e coach. Antes de mudar de rota, é preciso ponderar bastante. “Se for trocar de emprego, por exemplo, leve em conta as implicações do futuro cargo, como as chances de ser promovido e as competências que terá que dominar para se sair bem”, recomenda.
Além disso, é preciso deixar claro para a sua rede de contatos que tem interesse em uma nova posição — uma vez que, de acordo com o especialista, cerca de 80% das vagas não são divulgadas. Na visão de Daniela do Lago, coach de carreiras e professora de cursos de MBA na FGV, se você não está satisfeito com o cargo ou com a empresa em que trabalha, em vez de desanimar, deve fazer mais do que é solicitado, oferecendo resultados com excelência e dedicação, pois essas ações se tornarão o passaporte para melhores oportunidades. Essa postura forma uma rede de contatos que pode ajudar o profissional a subir na carreira. “O mundo é grande, mas as pessoas se encontram. Deixe um rastro de trabalho excelente, ainda que seja uma atividade que você odeia ou que ache que ninguém vai olhar”, aconselha.
Maurício Vono, 31, trabalhou como bancário de 2010 a 2013, no HSBC, e, após ser demitido por conta de uma reestruturação, tentou atuar como consultor financeiro pessoal. “Eu não era tão organizado e não estava preparado para gerir o tempo em que não estava atendendo clientes. Errei bastante”, conta. Como a mudança foi feita sem planejamento, ele não conseguiu sustentabilidade econômica e, com o fim das reservas financeiras, voltou a ser bancário por quase dois anos, no Santander. Dessa vez, enquanto trabalhava, traçou metas e, após cumpri-las, abandonou de vez a carreira de bancário em setembro de 2015. Para dar conta de fazer a transição com sucesso, o administrador buscou a ajuda de um coach.
A motivação por trás do desejo de mudança foi importante para manter o propósito firme. “A minha vontade era a de trabalhar para trazer o melhor resultado para as pessoas, mas eu tinha que buscar o melhor para o banco. Isso gerava insatisfação e decepção”, desabafa. O consultor financeiro tem missões definidas para 2017. “Tenho como objetivo ampliar em 30% minha renda mensal. Para tanto, quero valorizar meu serviço por meio de profissionalização, fazendo cursos para aperfeiçoar minha parte comportamental, como a capacidade de comunicação”, conta.
Leia!
Em vez de fazer planos apenas no fim do ano, Clara prefere planejamentos diários. “Acordo e organizo na minha cabeça as metas e o que tenho que fazer. Não restrinjo isso a janeiro”, conta. Mas, na passagem de um ano para o outro, ela costuma fazer uma retrospectiva, avaliando aspectos positivos e negativos referentes aos últimos 12 meses. Além da meta mais ampla, de ser promovida, ela tem outros objetivos a alcançar em 2017. “Preciso de inglês fluente para poder avançar (e dedico uma hora e meia ao estudo do idioma). Além disso, tenho projetos importantes que quero implementar dentro da empresa e quero ter a oportunidade de conhecer a matriz do grupo fora do Brasil”, completa.
Para chegar lá
“Tem mais gente que desiste do que gente que não consegue. Muitas vezes, a pessoa aceita mudar de emprego ou de área para fugir de um chefe ou devido a uma proposta de salário maior. No entanto, ir para um lugar que não é alinhado ao seu perfil pode torná-lo um funcionário medíocre”, observa Marcos Vono, especialista em recursos humanos e coach. Antes de mudar de rota, é preciso ponderar bastante. “Se for trocar de emprego, por exemplo, leve em conta as implicações do futuro cargo, como as chances de ser promovido e as competências que terá que dominar para se sair bem”, recomenda.
Além disso, é preciso deixar claro para a sua rede de contatos que tem interesse em uma nova posição — uma vez que, de acordo com o especialista, cerca de 80% das vagas não são divulgadas. Na visão de Daniela do Lago, coach de carreiras e professora de cursos de MBA na FGV, se você não está satisfeito com o cargo ou com a empresa em que trabalha, em vez de desanimar, deve fazer mais do que é solicitado, oferecendo resultados com excelência e dedicação, pois essas ações se tornarão o passaporte para melhores oportunidades. Essa postura forma uma rede de contatos que pode ajudar o profissional a subir na carreira. “O mundo é grande, mas as pessoas se encontram. Deixe um rastro de trabalho excelente, ainda que seja uma atividade que você odeia ou que ache que ninguém vai olhar”, aconselha.
Maurício Vono, 31, trabalhou como bancário de 2010 a 2013, no HSBC, e, após ser demitido por conta de uma reestruturação, tentou atuar como consultor financeiro pessoal. “Eu não era tão organizado e não estava preparado para gerir o tempo em que não estava atendendo clientes. Errei bastante”, conta. Como a mudança foi feita sem planejamento, ele não conseguiu sustentabilidade econômica e, com o fim das reservas financeiras, voltou a ser bancário por quase dois anos, no Santander. Dessa vez, enquanto trabalhava, traçou metas e, após cumpri-las, abandonou de vez a carreira de bancário em setembro de 2015. Para dar conta de fazer a transição com sucesso, o administrador buscou a ajuda de um coach.
A motivação por trás do desejo de mudança foi importante para manter o propósito firme. “A minha vontade era a de trabalhar para trazer o melhor resultado para as pessoas, mas eu tinha que buscar o melhor para o banco. Isso gerava insatisfação e decepção”, desabafa. O consultor financeiro tem missões definidas para 2017. “Tenho como objetivo ampliar em 30% minha renda mensal. Para tanto, quero valorizar meu serviço por meio de profissionalização, fazendo cursos para aperfeiçoar minha parte comportamental, como a capacidade de comunicação”, conta.
Leia!
UP! 50 dicas para decolar na sua carreira
Autora: Daniela do Lago; Editora: Integrare; 248 páginas; R$ 42,90
Check-up de carreira: saiba quando e como transformar a sua saúde profissional
Autor: Sergio Chnee; Editora: Évora; 272 páginas; R$ 39,90
Habilidade comportamental
Para a coach de carreira Daniela do Lago, o caminho para alçar voo profissionalmente passa pelas relações construídas na vida profissional. “A maioria das pessoas é demitida por causa das habilidades comportamentais, não pelas técnicas. Mesmo que você seja excelente tecnicamente, precisa dos outros, pois somos interdependentes.” Ela chama a atenção para a importância de construir boas conexões embasadas no respeito e na cooperação interequipe. Autora do livro UP! 50 dicas para decolar na sua carreira, Daniela diz que o “saber executar” possibilita o ingresso no trabalho, mas são as boas atitudes — compartilhando conhecimento e mantendo relações saudáveis na empresa — que fazem com que as pessoas cresçam e sejam promovidas.
“É raridade uma empresa trabalhar com 100% de meritocracia, por isso a relação interpessoal tem grande influência no crescimento”, pondera. Ela deixa claro que não há uma receita pronta para dominar as características comportamentais mais adequadas, visto que cada instituição tem uma dinâmica diferente. “Um primeiro passo é entender como funciona a empresa e ter autoconhecimento, pois, quanto melhor você se conhece, melhor se projeta profissionalmente”, diz. “A pessoa terá muitas dificuldades de planejar a carreira se não se conhece”, acrescenta o coach Marcos Vono.
Autoavaliação
Com o objetivo de tornar-se mais competitivo profissionalmente, o coach Marcos Vono recomenda que a pessoa avalie como se saiu em 2016 e reveja o próprio currículo para repensar a busca por capacitação. Cursos de especialização, idiomas, desenvolvimento de liderança e projetos são algumas possibilidades. “Se não aumentou a competitividade profissional, pode ser que o trabalhador tenha perdido o ano. Espera-se de alguém que envelhece amadurecimento e complexidade naquilo que entrega”, salienta. Caso não haja progresso na formação, o especialista sugere uma reflexão sobre os rumos que a carreira está tomando e acerca do que precisa ser feito para alcançar os propósitos profissionais. Nesse momento, é importante levar em conta três perguntas. Outro método que auxilia o direcionamento é a Análise Swot ou Fofa, que propõe a identificação de forças, oportunidades, fraquezas e ameaças.
Outro indicativo que pode ajudar na hora da autoavaliação é o feedback de colegas. “Você não vale pelo que é, mas por aquilo que as pessoas acham que é”, observa Marcos Vono. Esse retorno pode ser direto ou indireto, a partir de como os outros se portam ao seu redor. “Se te chamam para liderar situações, isso mostra que você é confiável e pode ser um bom líder”, exemplifica. Na visão de Marcos Vono, não há problema caso o profissional mude de ideia e decida que quer trilhar outra rota profissional. O que é prejudicial é o excesso de experimentação, porque, quando se perde o foco, não é possível se aprofundar em nada. Para se policiar quanto a isso, ele recomenda analisar o que se pode fazer de mais efetivo em curto prazo (como buscar cursos que contribuam para o objetivo) e medir periodicamente as habilidades (por exemplo, fazendo testes de proficiência em idiomas). Assim, caso esteja no caminho errado, ainda dá tempo de fazer ajustes sem atrapalhar todo o planejamento (confira outras dicas no quadro Para tirar os planos do papel).
Pergunte a si mesmo:
- Quais são meus planos e o que preciso fazer para alcançá-los?
- O que vou ter que parar de fazer que me atrapalha a chegar a esses objetivos?
- O que eu devo continuar a fazer que me ajuda nas metas traçadas?
Autoavaliação
Com o objetivo de tornar-se mais competitivo profissionalmente, o coach Marcos Vono recomenda que a pessoa avalie como se saiu em 2016 e reveja o próprio currículo para repensar a busca por capacitação. Cursos de especialização, idiomas, desenvolvimento de liderança e projetos são algumas possibilidades. “Se não aumentou a competitividade profissional, pode ser que o trabalhador tenha perdido o ano. Espera-se de alguém que envelhece amadurecimento e complexidade naquilo que entrega”, salienta. Caso não haja progresso na formação, o especialista sugere uma reflexão sobre os rumos que a carreira está tomando e acerca do que precisa ser feito para alcançar os propósitos profissionais. Nesse momento, é importante levar em conta três perguntas. Outro método que auxilia o direcionamento é a Análise Swot ou Fofa, que propõe a identificação de forças, oportunidades, fraquezas e ameaças.
Outro indicativo que pode ajudar na hora da autoavaliação é o feedback de colegas. “Você não vale pelo que é, mas por aquilo que as pessoas acham que é”, observa Marcos Vono. Esse retorno pode ser direto ou indireto, a partir de como os outros se portam ao seu redor. “Se te chamam para liderar situações, isso mostra que você é confiável e pode ser um bom líder”, exemplifica. Na visão de Marcos Vono, não há problema caso o profissional mude de ideia e decida que quer trilhar outra rota profissional. O que é prejudicial é o excesso de experimentação, porque, quando se perde o foco, não é possível se aprofundar em nada. Para se policiar quanto a isso, ele recomenda analisar o que se pode fazer de mais efetivo em curto prazo (como buscar cursos que contribuam para o objetivo) e medir periodicamente as habilidades (por exemplo, fazendo testes de proficiência em idiomas). Assim, caso esteja no caminho errado, ainda dá tempo de fazer ajustes sem atrapalhar todo o planejamento (confira outras dicas no quadro Para tirar os planos do papel).
Pergunte a si mesmo:
- Quais são meus planos e o que preciso fazer para alcançá-los?
- O que vou ter que parar de fazer que me atrapalha a chegar a esses objetivos?
- O que eu devo continuar a fazer que me ajuda nas metas traçadas?
* Estagiário sob supervisão
de Ana Paula Lisboa
de Ana Paula Lisboa
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