UnB tem 54 vagas para professores
Ao todo, há nove seleções abertas. Os postos são para docentes efetivos, temporários e visitantes, para diversos departamentos. As candidaturas exigem mestrado ou doutorado e os salários podem chegar a R$ 15.806,58
Vida de professor não é moleza, inclusive quando se trabalha em uma universidade. Os docentes vencem obstáculos da graduação até a hora da candidatura para uma oferta de emprego. Para trabalhar numa instituição de ensino superior pública, como a Universidade de Brasília (UnB), é preciso passar por um concurso com fases complexas. A entidade está com oito vagas abertas em seis unidades: Instituto de Artes (IdA), Instituto de Letras (IL), Instituto de Ciências Humanas (IH), Faculdade de Ciências da Saúde (FS), Faculdade de Educação (FE), Faculdade UnB Planaltina (FUP). Além disso, há 46 oportunidades para programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em diversas áreas. Todas as oportunidades exigem provas didática (que consiste numa aula), oral (em que é preciso defender um argumento) e de títulos.
A avaliação escrita de conhecimentos específicos é cobrada apenas para duas vagas, em ciências sociais (da FS) e em história (no IH). Os salários variam entre R$ 2.777,15 e R$ 15.806,58. Para participar dos certames, há exigências, como ter mestrado ou doutorado na área de preferência. Os candidatos devem se ater a tudo o que o edital da seleção traz, pois uma pequena fuga ao tema pode gerar eliminação do concurso. Portanto, para não ser surpreendido em uma avaliação, é necessário se preparar. Por isso, professores e profissionais dão dicas de como estudar para cada parte da seleção, já que a preparação pode tirar o sono de muita gente.
Dicas de estudo
O professor em psicologia social do trabalho e das organizações Francisco Antônio Coelho dá dicas para a prova de didática, que consiste em dar uma aula sobre tema sorteado com 24 horas de antecedência. Segundo ele, que trabalha há nove anos no Departamento de Administração, é necessário adaptar a palestra ao público a que se destina. “O aspirante tem que usar linguagem mais acessível se for trabalhar com alunos de graduação e pode adotar linguajar mais rebuscado se os alunos forem de pós-graduação”, comenta. A apresentação da aula deve ser organizada. “Fazer um plano de curso ou ementa com os objetivos de aprendizagem é fundamental. Sugiro também o uso de exemplos práticos”, acrescenta. De acordo com o professor, a seleção é difícil e exige estudar com antecedência. “Como no edital os temas da avaliação são relacionados antecipadamente, sugiro a elaboração de uma aula para cada assunto. Assim, quando o tópico for sorteado, o candidato terá tudo preparado e não será pego de surpresa”, conclui.
Rodrigo Rodrigues, doutor em educação, observa que é fundamental ler todo o edital. “Isso é importante até mesmo para saber quais recursos e auxílios didáticos você poderá usar na apresentação”, pontua. O tempo pode ser um grande inimigo, que leva pessoas a se perderem em meio ao nervosismo. Para evitar esse problema, é preciso se prevenir, se organizar e ensaiar. “Por fim, mantenha-se calmo, evite falar rapidamente e repetir palavras. Lembre-se ainda que a frase sorteada obrigatoriamente tem de constar na apresentação”, ressalta. Rodrigo Rodrigues deixa como principal dica para a prova oral estudar sobre a área de conhecimento da vaga. “É crucial conhecer sobre o campo, ler a legislação temática, pesquisar os programas e a literatura norteadora. Tenha propriedade sobre o que fala. Você tem que estar à altura da universidade”, diz Rodrigues. Para avaliação de títulos, que é análise curricular, o professor deixa uma orientação final: “É importante ver o que dá pontuação e correr atrás desses documentos, pois, às vezes, a universidade exige os originais”.
Prova escrita
Para ser professor de ciências sociais no Departamento de Teoria e Fundamento da Faculdade de Educação (FE), além das provas de didática, oral e de títulos, o candidato deverá ainda passar por prova escrita de conhecimentos específicos. Será preciso responder a cinco questões. Para Ernandes Reis Marinho, professor de ciências sociais no Centro Universitário Estácio Brasília e doutor em filosofia, é importante estudar novidades. “Assuntos atuais, geralmente, são cobrados nas provas e merecem atenção”, pontua. Segundo ele, o candidato deverá ser moderado na defesa dos argumentos. “O concorrente deve ser equilibrado: sendo, ao mesmo tempo, conservador (defendendo teorias consolidadas) e inovador (pois alguém da banca pode discordar da opinião dele, visto que a universidade é um ambiente de discussão)”, pondera. “Recomendo que verifique os textos/livros de autores modernos e de novos pesquisadores que estão em discussão na academia”, aconselha. “É preciso ainda estudar a cultura, o ambiente e a sociedade. A lotação dos grandes centros urbanos, como capitais e metrópoles, também deve ser estudada, englobando adversidades relacionadas, como precarização da saúde, segurança e educação”, frisa.
Entenda as diferenças entre os cargos
» Professor substituto: assume o cargo em caráter temporário por até quatro anos. O nível exigido é o mestrado. Salário: de R$ 2.777, 15 a R$ 4.241,05.
» Professor visitante/estrangeiro: cargo provisório com duração de até quatro anos. O profissional deve ter doutorado, experiência reconhecida em pesquisas e produção científica na área em que deseja atuar.
Salário: de R$ 5.742,14 a R$ 15.806,58.
» Professor efetivo: assume a vaga em caráter permanente. É preciso ter doutorado na área. Salário: R$ 9.585,67.
O que diz o edital
Concursos para professores da Universidade de Brasília
Inscrições: as datas-limites variam de acordo com o setor, com prazos se encerrando entre 15 de dezembro e 5 de janeiro de 2018 pelo site www.concursos.unb.br
Taxa: R$ 227,87
Vagas: 54
Salários: entre R$ 2.777,15 e R$ 15.806,58
Provas: variam de acordo com cada edital
Local de provas: Brasília (DF)
Fonte: Correioweb
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