O mercado para farmacêuticos é promissor e não se restringe a farmácias: além de ser mais requisitado por causa de legislação sancionada há dois anos, esse profissional pode atuar em indústrias, clínicas, laboratórios, hospitais e outras instituições
Segundo o CFF, há 195.022 farmacêuticos registrados no Brasil. No Distrito Federal, são 6.473 inscritos no Conselho Regional de Farmácia (CRF-DF), dos quais 4.785 estão em atividade. Dos ativos, 50% atuam em drogarias e farmácias. Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2013 é um dos indicativos de que não faltam oportunidades: farmácia está entre as 10 profissões com maior taxa de trabalhadores ocupados, no nível de 94,30%.
“São várias as possibilidades de atuação e vastas as perspectivas de sucesso”, observa o presidente do CFF, Walter da Silva. Formado em farmácia bioquímica, Silva destaca a importância da profissão. “Mais que peritos em terapêutica farmacológica, os farmacêuticos contribuem para a promoção da saúde e a prevenção de doenças”, exalta.
Gilcilene El Chaer, presidente do CRF-DF, concorda que há muitas chances para graduados na área, e as perspectivas são de crescimento. “De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), o mercado farmacêutico brasileiro é o sexto maior do mundo e pode chegar a ser o terceiro em 2018”, conta. Ela ressalta que só com nível superior já é possível conseguir emprego. “É uma formação generalista: na faculdade, o estudante aprende um pouco de tudo.” O curso tem carga horária mínima de 4 mil horas, sendo que 20% devem ser de estágio obrigatório.
Professora de farmacologia clínica na UnB, Patrícia Medeiros ressalta a importância da profissão. “Um total de 20% a 30% das internações de pacientes são causadas pela automedicação. O profissional da farmácia orienta a população para evitar incidentes. O investimento nesse trabalhador pode evitar o congestionamento nos atendimentos básicos de saúde”, diz.
Dica para iniciantes
“Em qualquer área, o primeiro emprego é um pouco mais difícil de conseguir, mas, em Brasília, o mercado é muito rico, principalmente em drogarias”, afirma a presidente do CRF-DF, Gilcilene El Chaer. Ela cita farmácias hospitalares e de manipulações, clínicas de estética e acupuntura, laboratórios de análises clínicas e órgãos públicos entre as instituições que contratam farmacêuticos no DF.
Mudança positiva
A Lei nº 13.021/2014 autoriza que as farmácias deixem de ser apenas estabelecimentos comerciais e passem a ser prestadoras de serviços de assistência à saúde, aptas a aferir pressão e glicemia, aplicar soro e vacinas, entre outras atividades. A parte da norma que mais afetou o mercado foi a determinação de que o farmacêutico deve estar presente nas farmácias durante todo o horário de funcionamento.
A legislação anterior (Lei 5.991/1973) exigia apenas a presença de um técnico responsável, mas não especificava qual deveria ser a formação dele. “Os estabelecimentos que não obedecem à lei são multados pelo conselho e são considerados ilegais”, informa a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Gilcilene El Chaer. A multa inicial é de um salário mínimo e pode chegar a seis. De acordo com a presidente, depois da lei, o mercado para quem é farmacêutico cresceu, pois até para abrir uma farmácia é preciso contar com esse profissional.
Para o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter da Silva, a lei reafirmou a autoridade técnica do trabalhador. “Isso possibilita à sociedade maior segurança no uso dos medicamentos, na medida em que propõe um novo modelo de farmácia, que passa a ser mais uma porta de entrada para o sistema de saúde”, explica. Segundo ele, o incremento em chances de empregabilidade é apenas uma consequência dessa transformação.
Estude
Cursos de graduação em farmácia autorizados pelo MEC no DF:
» Universidade de Brasília (UnB): www.unb.br
» Universidade Paulista (Unip): www.unip.br
» Universidade Católica de Brasília (UCB): www.ucb.br
» Faculdades Integradas (Upis): www.upis.br
» Centro Universitário do Distrito Federal (UDF): www.udf.edu.br
» Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro): www.unieuro.edu.br
» Faculdade Anhaguera de Brasília (FAB): anhanguera.com
» Centro Universitário Planalto (Uniplan): www.uniplandf.edu.br
» Centro Universitário Estácio de Brasília: estacio.br
» Faculdade LS (Facels): www.ls.edu.br
» Faculdade Evangélica (FE): www.fe.edu.br
» Faculdade Icesp (Icesp): www.icesp.br
» Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac): www.faciplac.edu.br
Opções de pós-graduação na área em Brasília:
» Universidade de Brasília (UnB): www.unb.br
» Centro Universitário do Distrito Federal (UDF): www.udf.edu.br
» Faculdade Mauá de Brasília (MAUADF): www.mauadf.com.br
» Faculdade de Ciências Gerenciais da Bahia (Unicenid): www.fcgb.edu.br
» Instituto de Ciências Sociais e Humanas (ICSH): 3627-2515
» Faculdade Centro Sul do Paraná (Facspar): facinepe.edu.br
» Faculdade Venda Nova do Imigrante (Faveni): faveni.edu.br
Dicas para obter sucesso na profissão:
» Saber liderar pessoas, trabalhar em equipe e ter postura ética
» Sempre se atualizar sobre a área e as normas do ramo
» Fazer estágios, trainees e residências para aprender ainda mais
Fonte: Walter da Silva, Gilcilene El Chaer e Patrícia Medeiros
Piso salarial no DF:
44 horas semanais:
R$ 4.985,54
40 horas semanais:
R$ 4.659,78
20 horas semanais:
R$ 2.332,09
Fonte: Conselho Regional de Farmácia
Experiência / Conheça relatos de profissionais da área sobre a carreira
Emprego em laboratório
Stela Carvalho, 23 anos, se formou em farmácia no primeiro semestre de 2015. Ela sempre teve certeza de que queria trabalhar na área da saúde. “Um professor de cursinho me explicou sobre a profissão, e percebi que o mercado de trabalho nessa área é bem amplo”, lembra. Desde agosto do ano passado, ela trabalha como farmacêutica na Nutrifica, empresa que manipula soluções de nutrição parenteral, ou seja, prepara soluções para pacientes com problema no trato gastrointestinal. Quando iniciou o curso, ela não tinha ideia de que trabalharia num laboratório. “A oportunidade surgiu logo depois que me formei e topei”, conta. Apesar da variedade de ramos nos quais um farmacêutico pode atuar, ela percebe que o mercado de Brasília tem menos diversidade que o de outras praças. “Não temos todas as áreas disponíveis aqui”, afirma.
Farmacêutico e empresário
O pernambucano Hogivaldo de Araújo, 39 anos, começou a trabalhar numa farmácia na década de 1980 como office boy, fazendo serviços bancários e foi subindo de cargo. Por causa disso, decidiu investir no curso superior de farmácia quase 10 anos depois. Durante a graduação, fez estágio em quatro hospitais. “Depois de ser office boy, fui entregador das mercadorias do estabelecimento e após fazer um curso de balconista, exerci essa função. Quando estava terminando a faculdade, decidi comprar uma farmácia”, lembra. Hogivaldo acredita que o mercado é mais valorizado hoje em dia por causa das lutas do conselho, o que tornou a categoria mais reconhecida. “Estou pensando até em abrir uma ou duas filias”, conta. “A Lei nº 13.021/2014 também deu mais credibilidade a nossa categoria, cuja função é orientar o cliente”, diz.
*Estagiária sob supervisão de Ana paula Lisboa
Fonte: Correio Braziliense
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